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Nosso suprimento de energia está em perigo?

"As mudanças que a geopolítica e a geoestratégia energéticas experimentaram e poderão experimentar, bem como seus possíveis efeitos a curto, médio e longo prazo em nossos mercados."

No dia 19 de outubro, foi realizada em FIDE a sessão de Fórum de Energia e Regulação «Nosso suprimento de energia está em perigo?«. Como orador, ele interveio Gonzalo Escribano, Diretor do Programa de Energia e Clima do Elcano Royal Institute. Contamos também com a participação de Mariano bacigalupo, Diretor da CNMV, Professor Titular da Universidade (UNED), Assessor Acadêmico da Fide e co-diretor do Fórum, como moderador da sessão. Além disso, a sessão foi energizada com a participação dos diferentes participantes.

O objetivo da sessão foi discutir as mudanças que o geopolítica energética e a geoestratégia, bem como seus possíveis efeitos a curto, médio e longo prazo em nossos mercados.

Na sessão foram identificados dois temas de especial relevância que têm um claro efeito na nossa geopolítica energética:

  • A mudança climática
  • O conflito na Ucrânia

A curto prazo gestão de energia vai ser um desafio. O conflito na Ucrânia está a obrigar-nos a repensar o modelo energético e mesmo a propor novos modelos sobre os quais é imperativo um debate técnico para os estudar em detalhe. Modelos como segmentação de mercado, leilão único ou modelo separando fósseis e renováveis ​​são algumas das propostas.

Por outro lado, o modelo europeu de reabertura de centrais de energia não renovável, como o carvão, pode ser uma solução a curto prazo, mas tem implicações muito negativas para a nossa imagem no estrangeiro. As trajetórias de descarbonização de outros modelos são muito diferentes das do europeu.

Também é incontornável admitir que existe um claro divórcio entre a parte técnica e a política europeia. Os governos precisam de resultados no curto prazo e os resultados do investimento em energia são tangíveis no médio ou longo prazo.

Além disso, a narrativa de economia não está atingindo adequadamente os cidadãos. Apesar de as medidas terem um estudo que as suporta, não estão a ser comunicadas de forma eficaz.

Uma das intervenções discutidas exprimiu o perigo de as reformas de mercado serem realizadas com base nestes momentos de excecionalidade, uma vez que existe, intrinsecamente, uma elevada volatilidade associada aos mesmos.

Em conclusão, a curto prazo o debate terá de ser muito mais técnico e terão de ser realizadas acções que não estavam previstas e que irão prejudicar a nossa imagem no exterior.

a médio prazo Uma solução para aumentar a agilidade e rapidez de execução das medidas poderá passar pela redução do tempo de “licenciamento” ou de processamento de licenças e alvarás de construção.

No entanto, refira-se que isto pode acentuar alguns problemas socioeconómicos, pelo que o terreno deve ser melhor preparado.

Uma das decisões mais importantes a tomar a médio prazo é decidir se será uma “península” energética ou se será uma “ilha” energética. É preciso determinar o modelo de mercado que vamos optar.

Em primeiro caso traríamos segurança energética para a Europa, mas é essencial que possamos transferir energia e gás através dos Pirenéus, o que neste momento parece improvável.

No segundo caso, se pretendemos ser uma ilha de energia, a estratégia deve ser atrair a indústria devido ao baixo preço da energia que poderíamos atingir. No entanto, essa estratégia não possui garantias de aplicação direta, pois existem muitos outros fatores que influenciam na decisão estratégica das empresas de mudar sua indústria para outro país.

a longo prazo Algumas das questões mais relevantes que deverão ser abordadas serão o imposto sobre o carbono, a geopolítica das energias renováveis ​​ou o desafio político que surgirá após determinar “vencedores” e “perdedores” na corrida pela transição energética.

Aqueles que possuem recursos renováveis, instituição, financiamento e capacidade técnica posicionar-se-ão como exportadores de energias renováveis ​​e como “vencedores” na transição energética.

Aqueles que não têm capacidade de reconversão posicionar-se-ão como “perdedores” e será aí que se manifestará o desafio geopolítico de gerir essa situação.

Perto do final da sessão, a dependência energética foi discutida. As energias renováveis ​​são as mais baratas e as mais estáveis.

O abastecimento de gás não está em risco no momento, mas tem alta volatilidade associada a ele. Os países que exportam esse recurso, como a China ou os Estados Unidos, podem aplicar medidas para proteger seus mercados.

Relacionamentos interdependentes têm seus riscos. Será conveniente ter autonomia estratégica em todas as frentes.

Esses são os principais desafios que enfrentaremos no cenário geopolítico energético.

Este resumo foi preparado por David Cuevas, co-fundador e diretor executivo da West.

Direção do Fórum de Energia e Regulação:

  • Hermenegildo Altozano, Sócio responsável pela área de energia e recursos naturais da Bird&Bird, Assessor Acadêmico da Fide
  • Mariano Bacigalupo Saggese, Professor de Direito Administrativo da UNED e Diretor da CNMV, Diretor Acadêmico da Fide
  • Luís Miguel Palancar, Chefe de Financiamento Estruturado e de Projetos para a Europa e Ásia, BBVA Corporate & Investment Banking, Conselheiro Acadêmico da Fide

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